Eu amo a chuva! Amo! Parece que nos dias de chuva eu encontro paz. Encontro a minha paz! Sinto que tudo o que de mais belo que existe em mim aflora com as águas que caem do céu. Meu despertar mais alegre, meu sorriso mais bonito, meu 'bom dia' mais amável... Tudo faz sentido num dia onde a bruma se faz presente.
Penso que, como um flor, que necessita da água para lavar suas pétalas e lhe dar mais vida, também eu preciso de água para me livrar de coisas que eu não preciso guardar. Águas que venham formar um amálgama com minhas lágrimas e me livrar do pesado fardo do disfarce.
Águas suaves que venham beijar meus lábios e levar embora o sabor salgado da tristeza que teima em externar. E, então, eu sinto uma vontade quase indomável de correr pela chuva, dançar, pular e deixar que passeie pelo meu corpo a felicidade líquida que encontrei.
Mas acabo me contentando com a minha janela, com o cheiro da chuva... E o que pode parecer pouco, na verdade, é muito! Adormecer se torna mais fácil e - que ironia! - acordar com um pouco de Sol no dia seguinte já não seria o pior dos castigos, mas que bom seria poder sorrir meu sorriso mais bonito e dar meu 'bom dia' mais amável...