quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Vamos seguir... com cautela!





Me espanta a velocidade com que deixamos de desgostar das coisas, das pessoas. Vamos atropelando relações, deixando situações mal resolvidas porque a oferta é muito grande. E a demanda também...

Sempre fui uma amante do poder que a internet tem de reunir pessoas que, provavelmente, jamais se cruzariam. Por volta de 2009, 2010 deixei minha tia louca ao conhecer pessoalmente um catatau de pessoas que a internet me 'apresentou'. Lembro que despenquei até São Paulo para encontrar um grupo que comungava da mesma estima que eu por uma série. 'Uma insanidade!',pensou minha tia. E eu simplesmente amando romper as barreiras geográficas para conhecer essa gente toda! 

Mas, como tudo na vida, com o bônus vem também o ônus. Essa gama de 'amigos' muitas vezes torna as relações mais superficiais, passageiras. A possibilidade de encontrar pessoas com gostos semelhantes é muito grande e você pode, facilmente, com um simples clique, excluir as pessoas da sua vida. Eu mesma faço minhas faxinas de vez em sempre. 

Amamos e desamamos na mesma velocidade do nosso provedor. Está certo isso? Não me parece. Tem alguma coisa errada nessas relações. Eu supunha que o problema estivesse fadado ao virtual somente, mas, com o tempo e a experiência,  fui percebendo que, por nossa vida hoje estar tão entrelaçado ao virtual, transferimos esse erro ao mundo 'real' também. Nossa vida, muitas vezes, tem como tema o belo livro 'Amor líquido', do Zygmunt Bauman. 

Será mesmo que nada é pra durar? 




Eu não saberia e nem poderia afirmar, por exemplo, se a internet é a grande culpada por nossas relações se tornarem tão líquidas. A televisão foi a grande vilã por um determinado tempo, é bem verdade. Mas eu sinto que a quantidade de pessoas faz com que nosso problema se torne maior. Meu incômodo passa pela superficialidade das muitas relações que temos. Mas, talvez, seja um incômodo somente pra mim. Talvez esse mundo corrido, tomado de pessoas carentes e necessitadas de exposição e aceitação seja normal pra muita gente, pra maioria. 

Talvez esse amor passageiro seja o combustível do mundo atual. Mesmo...




Sim, eu economizo 'eu te amo' e todo mundo sabe. O que nem todo mundo sabe, é claro, é que deixei de falar alguns, omiti. Mas o que eu sei é que todos que eu falei foram sinceros. Todos merecidos e bem direcionados. Mesmo que tenham sido jogados ao vento...





Sinto-me ainda perdida nesse mundo que 'ama' uma pessoa e um poste com a mesma intensidade. Mesmo! Esse mundo que não se preocupa com o que palavras e ações podem causar no outro ainda me estarrece, me entristece. Esse mundo que só digita, e que muitas vezes digita coisas que são mal interpretadas, precisa de mais abraço, perdão, conversa, encontros...




As pessoas não vão mudar só porque eu quero. Eu é que preciso mudar. Mas não mudar para me tornar como elas, preciso mudar para saber lidar com elas. Esse é meu grande desafio, e creio que seja o de todo mundo que sente o que eu sinto. Mas a certeza de que qualquer relação vale a pena faz a gente continuar, mesmo que o sofrimento dê as caras de vez em quando. Os errados não somos nós, são eles!... ou não! É, não temos como saber. Vamos cultivar o que deu certo e esquecer, mesmo lamentando, o que deu errado. Mas vamos seguir... com cautela! 
















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