sexta-feira, 3 de abril de 2015

Precisávamos desse #SomosTodosMordaça?



Amor e Paixão. 

Todos queremos amor e paixão na vida. Em todos os campos dela. Na minha vida eu tenho alguns amores e paixões. Alguns deles são constantemente declarados por mim. 

Amo o Flamengo e tenho paixão por futebol. Eis a combinação perfeita! Realmente não consigo imaginar minha vida sem o Flamengo em campo. Pode parecer meio passional demais, e é. Juro que concordo. Mas amor é assim mesmo. A gente sente. Só sente. A paixão é meio diferente. Ela toma conta da gente, nos cega, nos arrebata. Eu fui, sou e serei eternamente arrebatada por esses dois. 

Só quem sente prazer, no sentido mais literal da palavra, consegue entender o que eu escrevo nesse momento. Pense aí em alguma coisa que desperte amor e paixão em você. Não pense em alguém, pense em algo. É bom, né? Eu acho. Muito! 

O fato é que as paixões nos decepcionam também, nos entediam. Tem momentos em que o futebol me enche o saco! Dentro de campo e fora dele. Está difícil acompanhar com ânimo um Flamengo x Bonsucesso, numa quarta-feira, às 22 horas da noite, por exemplo. Mais difícil ainda é sair de casa para ir ao estádio torcer por um time sem vontade, sair do jogo quase meia-noite e voltar pra casa já pensando em acordar dali a pouco tempo para trabalhar. Bota difícil nisso! 

Mas se dentro de campo está ruim, pelo o que vem sendo noticiado, podemos deduzir que fora dele a situação não é diferente. Não tem '7 a 1' que dê jeito. Sofremos com campeonatos regionais fracos, com times pequenos sendo usados pelas federações e estádios vazios. Estádios VAZIOS! Trazendo pra minha realidade, o Rio de Janeiro, o que vejo é uma vergonha! Uma vergonha com os clubes e, pior, com os torcedores.

O futebol, que vem sendo 'profissionalizado', esquece da sua essência. A política fala mais alto do que a justiça, interesses corroboram a falta de vontade de fazer um campeonato decente, um sofisma de que as coisas estão melhorando reina e o esporte é deixado de lado. 

Até quando vamos aguentar isso? Nós, amantes do esporte, não podemos permitir que essa prática contumaz permaneça viva. O que faremos? Vamos protestar! Vamos reclamar! Vamos apontar nossos dedos! 

Opa! Acho que não podemos. Mas estamos em 2015! Sim, mas parece que é só no calendário mesmo. O pensamento de quem rege o sistema continua retrógrado. Eles nos dão o 'direito' de falar o que quisermos, desde que não seja para protestar, contestar. 

Numa tentativa de mudar esse cenário, e de melhorar a situação dos clubes, claro, mas também mudar esse formato que só diminui o campeonato regional, Flamengo e Fluminense se uniram contra uma Federação que não visa muito os interesses dos clubes do estado. Me espanta o fato do Botafogo não estar unido aos outros dois. Já o Vasco não é surpresa para ninguém não dar voz ao coro da dupla Fla-Flu, uma vez que seu Presidente comunga de grande parte dos ideais da Federação. 

Queremos estádios modernos? Claro que sim! Quanto mais conforto, melhor (os saudosistas que me perdoem). Mas também queremos estádios CHEIOS. Queremos que nossos jogadores façam gols e possam ir comemorar com os TORCEDORES sem levar cartão amarelo. Essa besteira é profissionalizar o futebol? Queremos que nosso adversário tire onda com a nossa cara (sem racismo, preconceito ou homofobia, obviamente) sem que ele seja punido. Essa besteira é profissionalizar o futebol? Queremos ser menos reféns da televisão. 

O futebol precisa ser mais profissional sim, mas não nesse caminho que estamos seguindo. Não dessa forma, sem diálogo, sem poder criticar. O futebol, e o esporte em geral, precisam ser discutidos. Não dá pra tratar com frieza e desleixo coisas que mexem tanto com o emocional das pessoas. Não tem mais jeito, eu sei. Esporte é dinheiro. Mas esporte também é amor. É paixão! E tem o poder de mudar pra melhor a vida das pessoas. Essa máquina na qual transformaram o esporte pode pifar a qualquer momento. As práticas não são sustentáveis. O retorno é muito menor do que deveria ser. Por que? Porque estamos fazendo tudo errado! Temos uma máquina que não sabemos usar direito. Uma máquina com várias funções que desconhecemos. 

O caminho é longo, é bem verdade, mas alguém precisava dar o primeiro passo. Que Flamengo e Fluminense entendam a importância do passo que deram e que deem continuidade à jornada, deixando um pouco de lado os interesses de cada um e reconhecendo que às vezes é preciso dar um passo atrás para conseguir dar dois passos à frente. 

Que esse Fla X Flu do dia 05 de abril seja um divisor de águas no futebol carioca. Que rubro-negros e tricolores se unam num clássico de paz e harmonia. Que a disputa dentro e fora de campo seja saudável e que a rivalidade fique no campo do respeito ao outro. 












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