quarta-feira, 2 de novembro de 2016

E nós?


A educação será um dia a prioridade do Brasil? Fala-se muito que o único caminho para o progresso é a educação, e eu concordo. Mas é aí que está o problema. Será que queremos mesmo o tão sonhado progresso? Acho que não.

Nós não nos preocupamos com a educação brasileira quando depositamos nos professores toda a responsabilidade de educar nossas crianças, quando deixamos de frequentar a escola, quando deixamos de comparecer às reuniões de pais, quando não buscamos saber quem são os professores de determinada escola, qual a formação deles, quando não fiscalizamos as medidas que o poder público toma em relação à educação, quando..., quando..., quando terceirizamos nossa responsabilidade como cidadãos.

O voto não é uma transferência de obrigações. Não! A obrigação da educação também não pode ser transferida. Uma das minhas críticas aos governos do PT sempre foi a falta de investimento na educação básica. Glorioso o que foi feito no ensino superior! Milhares e milhares de famílias tiveram a oportunidade de ver um de seus membros formado. A primeira bióloga! O primeiro advogado! O primeiro engenheiro! Mas não há PNE que se cumpra sem a devida atenção às séries iniciais. Responsabilidade da esfera municipal? Na grande maioria dos casos, sim. Mas o governo federal não fiscalizou... e nós não cobramos.

A responsabilidade precisa ser assumida. A nossa responsabilidade precisa ser assumida! Julgar os alunos que ocupam as escolas é uma tarefa bem fácil! Nós gostamos das tarefas fáceis. Desde o tempo em que éramos nós os alunos. Há baderneiros entre eles? Há! Há sim! Mas não duvidemos da intenção, da boa intenção dos alunos. Eles possuem ideais! Talvez seja essa a única forma da educação brasileira ser ouvida. Nós não conseguimos muitos avanços olhando de longe, do sofá. Eles estão tentando! Eles lutam! Eles... lutam! Nós estamos do lado de cá, apenas observando... lavando as mãos!

Reformas são necessárias? Claro que sim! Mas elas precisam ser discutidas! Discutidas por todos nós! Deveríamos sair de casa e ocupar as escolas também! Conversar, discordar, propor... Eles são jovens e precisam de suporte. Erram, se equivocam, colocam os pés pelas mãos, mas estão lá! Estão lá esperando, inclusive, a nossa ajuda. E nós, que até então éramos Pilatos, passamos a ser Pedro. Nós não nos preocupamos com a educação no Brasil... Nós fingimos apenas!

Nenhum comentário:

Postar um comentário